quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Globo Online

A Rede Globo finalmente descobriu o meu talento. Fui convidado para fazer parte do novo blog do jornal O Globo. Confira: http://oglobo.globo.com/blogs/demaremmar/
O próximo passo será transformar em mini-série o livro "Retratos de Viagem". Só faltam acertar alguns detalhes. Eu quero que o Rodrigo Santoro faça o meu papel. Eles insistem que seja o Pereio. Não percam os próximos capítulos desta emocionante trama.
Ah, se eu conseguir pegar a Luana Piovanni, aviso vocês.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Depoimento de um navegador

O veleiro Ave Rara, na partida de Recife
O rombo no casco do trimarã

Georg, eu e Alfredo Rovere

Grande Osvaldo, aqui está um breve depoimento da aventura que foi a regata de Fernando de Noronha a Natal a bordo do Ave Rara, um trimarã de 36 pés:

"Largamos as oito da manhã de Fernando de Noronha no rumo 256° em direção a Natal. Éramos quatro a bordo: Gustavo Peixoto, o comandante, Alfredo Rovere, o mentor da nossa picanha lá na Praia do Cachorro, eu Gustavo, mestre em farofa de ovo e o cinegrafista Ernesto Teodosio. Ventava forte, um través fechado e o mar estava ondulado, com ondas de 3,5 a 4,0 metros de altura. Na saida fizemos uma média acima dos 13 nós de velocidade. No decorrer do dia o vento aumentou e também nosso desempenho. No inicio da noite, com vento terrível, trocamos a genoa e risamos a vela grande na primeira forra. Mesmo assim alcançamos a velocidade incrível de 18 nós. Isso mesmo meu camarada, 18 nós! Estávamos a 60 milhas de Natal quando, em uma orçada mais forte, nossa bolina soltou-se da caixa, fez uma alavanca e arrancou uma pedaço do costado central do trimarã. Era um rombo respeitável com um metro de largura. Imediatamente a cabine encheu-se com água a uma altura de um metro. É sem duvida a visão mais agonizante que se pode ter de dentro de um veleiro. Na mesma hora começamos os procedimentos de abanadono da embarcação, caso naufragasse. Quando estava tudo pronto para descer o inflavel, resolvemos tomar algumas medidas para amenizar a encrenca. Ao ver o tamanho do estrago, o comandante teve a ideia de usar as velas para calafetar o buraco. A primeira a ser colocada dentro do furo foi um fracasso, contudo as outras duas entraram amarradas, o que foi um sucesso. Dominamos o problema, a partir de então a água que entrava era a mesma que conseguíamos tirar com o balde. Não podiamos usar a bomba de porão, pois precisávamos poupar a bateria para funcionamento do rádio de comunicação. Em resumo, uma viagem em que faltavam apenas três horas pra terminar, durou mais de dez. Mesmo assim chegamos a salvo e ainda conseguimos a fita azul e o primeiro lugar na classe! Quem quiser que acredite, mas foi minha primeira experiência apavorante na vela, embora muito didatica".

Georg de Andrade Lima Anderson