quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Encalhado

Um dos grandes problemas de navegar na baia de Paranaguá e seus canais é encalhar com a maré vazante. Essa encalhada da foto aconteceu no canal que dá acesso à baia dos Pinheiros.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mensagem antiga



Um barco de pesca encontrou a mensagem dentro de uma garrafa mais antiga do mundo. O objeto estava no mar há 97 anos e 309 dias, com recorde registrado pelo Guinness. A mensagem dentro da garrafa pedia para que quem achasse o objeto devolvesse-o para o conselho de pesca da Escócia, com a data e a hora da descoberta marcadas — além de prometer uma recompensa de 6 pences (o que corresponde a apenas R$ 0,20). 
A garrafa era um dos 1.890 recipientes que foram usados em uma pesquisa que estudou os mares escoceses. O trabalho rendeu grandes frutos, possibilitando a determinação de um padrão na circulação de águas em torno do país. Apesar disso, apenas 315 mensagens foram devolvidas até o momento. Fonte: Discovery News; 

Canal da Galheta



O acesso à baia de Paranaguá é feito, preferencialmente, pelo canal da Galheta. Procure entrar ou sair sempre  a favor da maré pois, dependendo da lua, a correnteza costuma ser muito forte. É importante ficar de olho no intenso tráfego de navios, tanto na proa como na popa. Quando menos se espera, eles estão em cima da gente. A entrada deve sempre entre as primeiras bóias, números 1 e 2 e jamais corte caminho através dos bancos de areia. Com vento sul forte, a barra costuma ser perigosa com ondas muito grandes. Nestas condições, é bom consultar a praticagem do porto pelo canal 16 e informar-se sobre as dificuldades da entrada. Ou ainda, no canal 68, é possível chamar o Ciro, na Iná 2, que está sempre a disposição para ajudar e conhece bem a região.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Poruquara







Poruquara é uma pequena baia que está a cerca de quatro horas de veleiro para quem sai de Paranaguá. É uma viagem que exige alguns cuidados por conta dos baixios de da forte variação das marés. Mas vale o sacrifício pois o lugar é um paraíso.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A Baia de Paranaguá e seus contrastes






Ronaldo Assumpção


Esse aí é o Ronaldo Assumpção, um amigo de muitas décadas. Eu conheci este cara no tempo do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles. Fomos colegas do Colégio Militar, turma A1, se não me engano. Pois ele é um grande amante dos barcos a vela. Já construiu dois clássicos - o último,  o veleiro BYSTRA, é um catch de 43 pés, restaurado por inteiro. A obra foi feita em um estaleiro de Curitiba. Vejam vocês, nossa capital, embora fria e a 80 quilometros da praia mais próxima, tem uma grande tradição náutica. Ceccon, Crespo, Portela e muitos outros paranaenses que cruzaram o mundo sairam desta provincia. O Ronaldo é o tipo da pessoa com a qual sinto-me feliz. Sobretudo quando ele traz algumas garrafas do seu estoque pirata de vinhos. Essa foto é na Ilha das Peças, na barra do rio, um dos lugares mais chocantes que conheço.

quinta-feira, 1 de março de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

VELAS & VENTOS

“Como pode um veleiro navegar contra o vento?” sempre me perguntam pessoas que nunca velejaram. O que move um veleiro, todos sabem, é a força do vento. O vento é o combustivel, as velas são o motor. A regulagem dos dois é uma arte que só se conquista na prática. Eu mesmo ainda estou aprendendo. Tenho vários amigos que são bons nisso. Em Curitiba, por exemplo, moram muitos caras bons de vela. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul a tradição náutica é forte. Quem aprende a velejar nos mares do sul está pronto para encarar qualquer tempo com sabedoria, pois aqui as frentes frias são duras.

Mas e o vento contra? Bem, um veleiro não pode ir diretamente contra o vento, mas no máximo em diagonal a ele, algo como em torno de 30 a 40 graus em relação à proa. Tudo depende da competencia do capitão. As velas tem que estar bem apertadas, caçadas na linguagem náutica. Elas trabalham como a asa de um avião, e a diferenca de pressão provocada pelo vento na superficie curva da vela, é o que faz o barco andar. Um veleiro na verdade é puxado, e não empurado pelo vento.

Bem, se a lição numero um é saber de onde vem o vento, a próxima é saber onde pretendemos chegar. Muitas vezes, nosso objetivo está a barlavento, ou seja exatamente de onde vem o vento. Regulamos as velas para encarar um contra-vento e, na base do zigue-zague, conseguimos chegar. O barco navega inclinado, adernado na lingua do mar. Algumas ondas podem embarcar pela proa e a adrenalina é alta. Ao contrario, se nosso destino está a nosso sotavento, a favor, a coisa muda de figura. A vela de proa é o balão, estufado, colorido e folgadão à favor das ondas. A sensação a bordo é de relax e contemplação. Hora do drink, dos aperitivos e de um blues na caixa.

Um veleiro moderno é resultado da evolução de séculos de experiência náutica. Desde que o primeiro homem descobriu que podia boiar sobre o tronco de uma árvore e com ajuda de seu manto – feito da pele de algum animal - atravessar um rio, ele nunca mais parou de investigar como fazer isso de forma mais eficaz. Assim, quando o seu destino era a barlavento, ele usava um remo ou mesmo a força do seu braço pra chegar lá. Se fosse a sotavento, bastava apenas hastear seu manto sobre um galho improvisado que o vento o levava. Esse proto mastro o ajudava a manter o pano aberto sem muito esforço.

Seculos depois, ao descobrir que uma vela apropriada poderia leva-lo a barlavento, a historia do mundo mudou pra melhor. Só pra ter uma ideia, se não fosse a capacidade dos marinheiros de navegar contra o vento, talvez a história da colonização do mundo fosse diferente. Quando os portugueses, no século quinze, desenvolveram a vela triangular - uma herança árabe - eles aprenderam que podiam navegar contra os elementos. Fantástica descoberta! Um segredo de estado cujo conhecimeto podia ser usado a favor da ambição imperialista lusitana. O equivalente hoje a descobrir um novo combustivel que nos permitisse chegar em Marte, por exemplo. E os portugueses chegaram ao Brasil. Sempre que entro na baia de Guanabara pelo mar, com o Corcovado à bomboro e a enseada de Botafogo pela proa, imagino o fascínio que a paisagem causou naqueles marujos. Sem falar nas índias em seu estado natural, mas isso já é um outro assunto.

As velas de hoje, embora fabricadas com a mais alta tecnologia, são parentes bem próximas de panos pré-historicos, a que de certa forma, devemos nossa herança. Não seria exagero afirmar que nossa descendência portuguesa vem de forma direta dos ventos, das velas e dos homens que souberam manejá-las.